Porque não retiro a safena

25/11/2022

Uma cirurgia bem feita traz ótimos resultados, mas não deixa de ser um procedimento agressivo. Pode deixar marcas, a retirada das varizes pode ser incompleta, requer um tempo maior de recuperação… O que acaba desanimando alguns pacientes de fazer o seu tão sonhado procedimento para se livrar das varizes e das veias grossas nas pernas.

Sempre gosto de relembrar que cada caso é um caso e somente o seu cirurgião vascular pode determinar qual é o melhor protocolo para você.

No caso das veias safenas, isso pode ser ainda mais complicado, já que a cirurgia pode ser bem agressiva e exigir repouso por parte do paciente.

A veia safena magna é a veia mais longa do corpo humano, com trajeto retilíneo, localizada no tecido subcutâneo, na “gordurinha” da pele.

Essa é uma veia importante para o corpo, fazendo parte do sistema venoso superficial dos membros inferiores. Dizemos que essa veia “nasce” nos pés e segue num trajeto ascendente no plano subcutâneo, passando pelos tornozelos, joelhos, pernas, “terminando” na região da virilha, desembocando no sistema venoso profundo, na veia femoral comum.

A safena magna possui, então, conexões com o sistema venoso profundo, com ligações nos pés, nas pernas, no meio das coxas e na virilha. Quando, por exemplo, retiramos algum desses segmentos para tratamento, isso não prejudica o funcionamento da safena, que continua irrigando os outros segmentos, mandando o sangue da superfície para o sistema venoso profundo.

Além disso, quando há uma trombose ou uma obstrução de alguma veia, por exemplo, é possível “desviar” o sangue pela safena e suas ligações, atuando como uma via de escape.

Em todo o seu trajeto, a safena recebe “afluentes”, as chamadas veias tributárias, veias que trazem o sangue de outras partes, da gordura e da pele e da parte superficial da perna. Assim, quando o sangue passa por essas veias e entra na safena, essa atua como um eixo, um rio principal que recebe dos seus afluentes.

Ela possui 3 a 5 afluentes abaixo dos joelhos, 2 afluentes no meio das coxas e 5 afluentes na virilha. Desses afluentes, os dois mais calibrosos são chamados de safenas acessórias. Assim, na parte interior da perna, encontramos 3 safenas: a safena magna, a safena acessória anterior e a safena acessória posterior. Existe uma quarta veia safena, localizada na região da panturrilha, chamada de safena parva.

Por isso, quando falamos em remoção da safena, devido a sua importância, muitas pessoas ficam assustadas, com medo de trombose ou problemas cardíacos, mas não existe esse perigo. A safena, localizada nos membros inferiores, não é uma veia do coração, e sua remoção não causa nenhum prejuízo ao sistema cardíaco.

Contudo, a safena é uma veia bastante importante para o nosso sistema venoso, drenando o fluxo sanguíneo da parte superficial das pernas.

Aqui no meu consultório, sempre que possível, opto pela não retirada das safenas. Isso porque desde 2011, o tratamento de safena com laser já é mundialmente indicado como preferencial, dado sua menor agressividade, maior taxa de sucesso e recuperação mais rápida

E hoje evoluímos para o tratamento total a laser, onde eliminamos safenas doentes e varizes calibrosas, com anestesia local, sem necessidade de internação ou repouso.

 

Vantagens do tratamento a laser

 

É bom ressaltar que a cirurgia convencional de retirada de safena ainda é muito executada mundo afora. E não é que seja um procedimento errado ou inadequado. Nada disso.

Porém, com a evolução da medicina, buscamos técnicas menos invasivas, mais eficientes e que proporcionem uma recuperação mais rápida. O laser, usado há mais de 20 anos, é uma dessas técnicas.

Esse tipo de procedimento possui várias vantagens em relação à cirurgia convencional, como:

 

  • Maior precisão
  • É feito com anestesia local, com ou sem sedação
  • Dispensa internação hospitalar
  • Elimina a possibilidade de cicatrizes, já que não necessita de cortes
  • Não precisa de repouso e o paciente é liberado no mesmo dia

 

Atualmente, temos duas tecnologias no mercado para o tratamento das veias doentes utilizando o cateteres que emitem calor: a radiofrequência e o laser endovenoso, o que eu mais utilizo nos meus tratamentos.

 

Uma das grandes vantagens do tratamento a laser é que, para realizá-lo, fazemos apenas um pequeno furinho no paciente, ao invés de vários cortes. Um cateter de fibra ótica “navega” dentro das veias doentes, agindo somente nelas e sem afetar as outras veias saudáveis.

O tratamento a laser é mais objetivo, preciso e preserva as veias normais, sendo preferível a cirurgia convencional por ser tão menos invasivo.

Hoje, realizo apenas tratamentos com o laser endovenoso para tratar safenas doentes, conservando todas as veias normais e saudáveis. O resultado é que a recuperação do paciente é muito mais rápida e o trauma muito menor.

Outro motivo pelo qual eu não retiro a safena dos meus pacientes tem a ver com a própria anatomia dessa estrutura. A veia safena magna, do meio das coxas até os pés, está bem próxima dos vasos linfáticos e do nervo safeno.

Os vasos linfáticos são vasos que atuam ajudando a veia a retornar líquidos produzidos pelo nosso corpo. Ao retirar a safena, durante a cirurgia, existe o risco de machucar esses vasos, prejudicando suas funções, e causando inchaços nas pernas e edemas linfáticos.

Quanto ao nervo safeno, próximo à veia safena magna, é responsável por dar sensibilidade na parte interna das pernas e dos pés. Ao removermos a safena doente, corre-se o risco de afetar esse nervo ou até mesmo rompê-lo, causando dormência, dores ou sensação de queimação nas pernas do paciente.

Como no tratamento a laser não há a remoção das veias doentes, não existe o risco de prejudicar os vasos linfáticos e nem o nervo safeno, garantindo mais segurança para o paciente e uma recuperação muito mais rápida.

Está precisando de um tratamento para a suas safenas, mas tem medo da cirurgia? Venha conversar comigo e juntos estudaremos o seu caso de perto e faremos o melhor protocolo de tratamento possível. Clique aqui para fazer o seu agendamento.

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